quinta-feira, 21 de maio de 2009

ACONTECEU!!

Bebí o Refrigereco!!
Ontem, quarta-feira, lá pelas 6 da tarde coloquei uma das garrafas para gelar. A noite, não aguentei mais esperar e queria aproveitar que tava rolando um churrasco duns amigos e levar pra eles provarem também.. eu héin, passar mal sozinho não.
Abrí a primeira vez em casa, coloquei no copo e percebí que não fez espuma nem muitas bolhas, estranhei. Tudo bem, fui ver como estava o cheiro e senti, predominantemente, o cheiro do fermento. Eu demorei um pouco pra lembrar de onde eu conhecia aquele cheiro, era um cheiro que eu já tinha sentido algumas vezes mas não lembrava aonde. Lembrei, é um cheiro que sai quando jogamos cerveja na carne que está na churrasqueira. A cerveja cai no carvão, evapora e vem aquele cheiro. Você já sentiu? Eu já, e lembrei quando senti o cheiro do Refri. Mas não era ruim, só não era esperado.
Tomei um gole e fiz uma descoberta que já até devia ser esperada. O gás não era como o dos refrigerantes, era como o da cerveja, do champagne. Ou seja, de coisas (tchanã) fermentadas!! É claro que a quantidade era pequena e não fez espuma como na cerveja -a fermentação durou pouquíssimos dias- mas ela estava lá, levemente frizante e sentida na língua. O gosto da groselha estava praticamente intocado e dava pra sentir algo entre sabor e odor que poderia indicar a presença de álcool. Minha irmã, que é praticamente um detector quando se fala de cheiro (e de barulho tbém) disse na hora: "-Isso aí tem álcool!". E depois ainda disse: "-Não é bom!". Claro que eu não esperava que ela gostasse, muito menos depois de saber o que era, mas é sempre bom ver as opiniões. Minha mãe também não fez uma de suas melhores caras, mas meu pai, esse sim, me fez a primeira cara um pouco mais (isso, nem ele adorou) positiva. Tombou um pouquinho a cabeça pra olhar o copo de lado e disse que conseguia sentir o gás "- De leve". Pronto. O teste com as pessoas indoor já estava feito, mas não pude deixar de notar que as bolhas começavam a se acumular na parede do copo, aos poucos.
Parti pro churrasco para ver a opinião de gente mais nova, mais agitada e já levemente "alegre". Fui recebido com um certo receio, as pessoas achavam que era uma bebida alcoólica DAQUELAS, mas eu expliquei e alguns se animaram a experimentar.
Não tive nenhuma resposta como a da minha irmã, e no geral as opiniões foram boas. A única reclamação (de mais de uma pessoa) foi: "-não tem álcool?". Ai ai.. esses bebuns ..hehehe...
Eles acharam legal a idéia, disseram ter sentido o frizz e não se sentiram incomodados com o cheiro de fermento. Achei o resultado legal. Esperava mais gás, mas vou esperar mais uns dias até abrir a outra garrafa e ver o que acontece.
O fato é que o Refrigereco precisa ser bebido rápido. Essa história de abrir e fechar a tampinha não funciona com ele. O gás dele é frágil e bem volátil, então é melhor beber logo se não quiser tomar apenar um suco de groselha com cheiro de cerveja grelhada.
No fim, eu acabei tomando um monte de Refrigereco, pque eu senti que com boa vontade até que é gostoso. E não gente, não passei mal, não senti dor nenhuma e tô aqui, vivinho de la Silba.
Recomendo! e estou vendendo a outra garrafa hahaha... mentira, ela tem valor sentimental e experimental, mas se quiser tomar um gole é só me contatar que eu aviso quando for abrir.
Outra coisa, já estou planejanto a próxima esperiência, e decidí que ela vai ser algo parecido mas alcoólico (leve) só pra sentir o poder do Fermento nessa empreitada.
*Em breve o relato sobre a outra garrafa*

quarta-feira, 20 de maio de 2009

E começa a fermentação...

Agora que já terminei de passar os dados iniciais como receita, cuidados e meus porquês, vou relatar como está sendo a fermentação.

No sábado, após terminar todo o processo de preparo e de ter atraído a atenção da minha família toda para o que eu estava fazendo, comecei a ficar ansioso pra saber o que iria acontecer e achei melhor sar para dar um passeio, tomar uma cervejinha pque ninguém é de ferro.
No domingo e na segunda fui sentindo a garrafa ficando cada vez mais inchada, ainda conseguia apertar, mas já era um estímulo notar que a garrafa estava endurecendo.
Terça eu achei melhor tirar de trás de geladeira, como eu fico fora de casa o dia todo durante a semana e só consigo verificar as garrafas de noite, não queria correr o risco de ver minha cozinha cheia de refrigereco ou mesmo algo quebrado ou alguém machucado pela garrafa. Coloquei-a no quintal, sabendo que o fermento atuará de forma mais lenta.
Aproveitei e dei uma chacoalhada e percebí a presença de mais bolhas do que num líquido normal chacoalhado. E elas demoraram a sumir. Bom, tem algo alí.
Tirei algumas fotos apertando a garrafa a vou posta-las abaixo. Ela já estava bem difícil de deformar então acho que hoje (quarta) já vou colocar uma delas pra gelar.

Na foto dá pra notar que a garrafa ainda cede um pouco à pressão do meu dedo. Mas é bom saber que eu estou usando bastante força pra fazer essa pequena deformação.

Receita Traduzida - "FAZENDO SODA CASEIRA"

"Meus filhos fazem sua própria soda com frequência. O que você precisa é de algumas garrafas de refrigerante de 2 litros para colocar sua criação, açúcar, um lugar pra misturar todos os ingredientes (nós usamos um galão de chacoalhamos tudo junto), algum fermento (pode ser fermento de champagne, de vinho ou fermento Fleischmann) um funil para preencher as garrafas de 2 litros, uma colher de medidas, um copo de café para dissolver o fermento e sabores de refrigerantes (nosso supermercado local os vende em Root Beer. Ginger Ale, Cola, Cream Soda, Laranja, Uva e Dr.P. *??*)
A receita básica que nossa família usa é dissolver 1/8 de colher de chá de fermento em um copo de café com água morna por cerca de 5 minutos. O fermento deve ser fresco e a água deve estar como na temperatura de mamadeira de bebê (37-43ºC). Pouco fermento vai proporcionar pouca carbonatação, muito vai deixar o refri com gosto de fermento e pode explodir sua garrafa. Se a água estiver muito quente ou muito fria surtirá o mesmo efeito de pouco fermento, pois em água fria o fermento permanece adormecido e em água muito quente ele pode vir a morrer.
Misture então 2 copos e um quarto de açúcar branco, uma colher de sopa + uma colher de chá do seu xarope que vai dar sabor, o fermento dissolvido e água extra suficiente para encher 4 litros no seu galão. Chacoalhe para misturar por cerca de 2 minutos até o açúcar estar completamente dissolvido na água. Despeje metade dessa mistura em cada PET de 2 litros, tampe firmemente e espere de 4 a 6 dias. Você perceberá como sua carbonatação está surgindo ao longo do tempo apenas apertando as garrafas. Se elas estiverem firmes de mais antes dos 4 dias dê uma pequena girada na tampa da garrafa para sair um mínimo de gás.



Há uma receita de baixa caloria também. Nós não a usamos, mas já a testamos e é bom se você gosta de soda diet. Use apenas 5 colheres de sopa de açúcar e o equivalente a 2 copos de açúcar de adoçante (nós usamos "Equal"). O fermento consumirá o açúcar real quando a fermentação estiver completa.

Como eu sempre digo -

Vá pra fora e treine!

Stryder "
Créditos: http://www.alpharubicon.com/kids/makesoda.html

Mão na massa (líquida)

*No próximo post vou traduzir a receita como está no site*
Com tudo na mão decidi começar.
Como estava usando fermento biológico em pó (que é o que manda na receita), primeiro precisava reanimá-lo. Sem um desfibrilador na mão (piadinha besta) tive que utilizar um copo de água morna. A água tem que ser que nem temperatura de leitinho pra nenê, aquela que parece um pouco mais quente do que a temperatura do corpo e que mal sentimos quando é derramada na mão. Assim, depois de alguns minutos na água morna o fermento já está pronto para participar do resto do processo.
Um passo importante antes de começar a usar as garrafas é esteriliza-las. É recomendado lavar bem com água e sabão e se possível com aquelas escovinhas do tipo que se usa pra limpar mamadeiras. Após essa lavagem pode-se também enchê-las d'água e colocar algumas gotas de solução de hipoclorito de sódio (vendido em supermercados e farmácias), de 15 a 30 minutos. Na falta dele, use 2 colheres de sopa de vinagre para 1 litro de água, ou então, 1 colher de sopa de água sanitária a 2% para cada litro de água. Depois enxágue bem e pronto!
Na receita eles recomendam um galão de uns 4 litros, pois como vc mistura tudo não há risco de uma garrafa ficar pronta antes da outra por ter mais açucar ou mais fermento. Como eu não tinha um galão desse, apenas duas garrafas de 2 litros, tive que improvisar. O certo seria colocar os 2 copos e meio de açúcar no galão, colocar uma quantidade suficiente de xarope (eu não tinha mta groselha, então o meu ficou levemente rosa), os 4 litros de água e o líquido do fermento. Fechar a garrafa e chacoalhar com vontade.
Depois que estiver tudo BEM misturado é que se deve dividir entre as duas PETs de 2 litros.
O fermento consome o açucar, e em um ambiente sem oxigênio (que é o caso da garrafa PET bem tampada) ele libera nosso querido Gás Carbônico ( CO2) e álcool. Não se preocupem com o álcool, segundo diversas fontes da internet seu volume é irrelevante pra essa quantidade de açúcar e esse tempo de fermentação.
Tudo pronto, minhas garrafas já estão BEM tampadas. O fermento não trabalha bem em ambiente frio e como estamos em maio, e já está meio friozinho, vou deixar as garradas atrás da geladeira e acompanhar bem esperto pra que não inchem demais e explodam. É existe esse risco, mas não é muito difícil evitá-lo. As garrafas vão inchando aos poucos e por volta de uns 4 dias depois de envasadas elas já começam a ficar bem inchadas e difíceis de apertar. As minhas ainda não chegaram lá, mas quando chegar o ponto no qual a deformação é quase zero é hora de colocar na geladeira.
Na geladeira o fermento praticamente zera sua atividade e já aproveitamos pra gelar nossa esperada bebida. Gelou? Aí é só provar.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Separando os ingredientes

Como contei anteriormente, em um belo dia sem ter muito o que fazer, decidi colocar a mão na massa e começar a experiência do refrigereco. Com a tradução da receita na mão fui atrás dos ingredientes.
Logo de cara a primeira coisa estranha... a receita pedia 1/8 de colher de chá de fermento. Um oitavo, que diabo de medida é essa??? de colher de chá ainda?? Todo mundo que já pegou uma colher de chá entende meu estranhamento... como eu vou medir um oitavo dessa colherinha? Resposta: google!! Tá, não achei a resposta, mas achei uma porção de gente de tudo quanto é canto do mundo com a mesma dúvida e isso já serviu pelo menos pra eu não me achar tão tonto que não sabia medir 1/8 de um tiquinho.
Ok, eu vou falar de onde afinal veio a resposta. Vocês achavam que só eu e meu irmão temos essa tendência a experiências? Certamente isso veio de algum lugar: nosso pai, é claro!
Eu já sabia que essa medida não podia ser tão precisa, mas meu pai meteu a colher no saquinho do fermento e tirou um montinho e disse, de colher de chá na mão, com a voz da sabedoria: "-Hum oitavo (+ eco)".. e quem sou eu pra duvidar (Obs: Prometo que, enquanto não peço novamente essa medida pro meu pai pra outra receita, vou postar uma ilustração pra , vejam bem, APROXIMAR a medida milagrosa).
Após essa pequena consulta ao oráculo paterno surgiu meu segundo estranhamento: pô, abri um saquinho de fermento em pó e tirei "-Hum oitavo (+ eco)" de colher de chá.. e agora, o que eu faço com o resto??? Meu, isso rende muito, essa receita faz 4 litros do líquido. Se as empresas de fermento vivessem só de refrigereco estariam completamente perdidas. É, o pão é sagrado pra elas também!
Tá, já medi 1/8 (também já me cansei do "eco") de colher de chá, já fiz um curativo hermético no saquinho de fermento (pque afinal não devo desperdiçar nada, muito menos meu instrumento de trabalho, certo?), e agora? Vejamos os outros ingredientes... água, bom, já sei que são 4 litros, duas garrafas pet de 2 litros na mão. Açucar (ainda bem que estamos no Brasil, Sugar Cane é difícil encontrar em alguns países) e... xarope? Hum.. a receita recomenda uma tal de Cream Soda, fiquei com vontade mas, que azar.. precisa de Essência de Baunilha. Sempre tenho isso em casa, mas dessa vez não tinha. A solução foi meter groselha no bagulho, blz eu gosto de groselha. Pronto, tudo na mão, agora é só misturar tudo e partir pro abraço! Caaalma, não é bem assim não, olha a receita cara!!

Pesquisa de Receitas

Vou postar algumas links para receitas que encontrei e vou indicar as que eu me baseei para fazer a minha versão do refrigerante:

Site no qual me baseei mais:
http://www.alpharubicon.com/kids/makesoda.html

Ainda estou lendo:
http://windintheroses.googlepages.com/sodapop
Ainda estou lendo:
http://www.barricksinsurance.com/measure.html
Ainda estou lendo:
http://www.ralphdahlgren.com/recipe_development.html
Ainda estou lendo:
http://winemaking.jackkeller.net/reques10.asp

Caso fique inspirado a tentar também, volte e nos conte como está sendo (ou como foi) sua experiência pois aprendemos muito vendo o que as outras pessoas fazem. Valeu!!

O Refrigereco

A idéia de fazer cerveja está encubada, mas todas as outras não... Decidi fazer testes que me trouxessem alguma experiência nos processos e ingredientes utilizados na fabricação de bebidas fermentadas e coincidentemente, numa procura sobre carbonatação caseira de líquidos (inserir gás carbônico: água com gás, refrigerantes, etc.), encontrei uma receita de refrigerante onde o gás é conseguido com a ajuda do fermento biológico.
Rapidamente fui a procura de mais informações e encontrei alguns sites onde essas receitas são inclusive explicadas passo a passo e com fotos.
Foi então que decidi que a minha primeira experiência no campo da Fermentação seria fazer esse refrigerante seguindo as tais receitas.
Sábado, dia 16 de maio de 2009 (antes de iniciar esse blog), estava meio sem ter o que fazer e decidí iniciar a preparação. Não parecia ser muito difícil (e nem muito perigoso hehe) então iniciei o preparo na cozinha mesmo. E partindo daí vou começar os relatos dessa minha primeira experiência e das outras que pretendo fazer nessa busca pelo conhecimento das bebidas fermentadas (e outras que por ventura me interesse em reproduzir/criar).

sábado, 16 de maio de 2009

Primeiras Experiências

Benvindo! Aqui começa um blog de um, ainda um tanto frustrado, interessado em bebidas fermentadas e outras coisas do gênero. Quando digo "um tanto frustrado" me refiro a uma tentativa mal sucedida de fazer cerveja em casa.
Tudo começou com uma conversa com um irmão, também admirador de uma boa cerveja e que também gosta de experimentos, que resultou na tal vontade de produzir uma cerveja em casa e com o tempo aprimorar a técnica e quem sabe algum dia conseguir produzir algo e servir aos amigos sem correr o risco de perdê-los.
Após essa primeira conversa decidimos seguir a receita de um antigo livro bem comercial sobre o assunto, cujo nome não me lembro.
Por ser antigo o livro ainda nos direcionava a maltear a cevada como primeiro passo. Maltear a cevada é fazer com que o amido do grão fique disponível em forma de açucar para que o fermento possa consumi-lo com maior eficiência. Foi este o ponto onde paramos e esta é a explicação de nossa frustração.
Depois de percorrer ruas e ruas atrás dos ingredientes e dos equipamentos necessários para uma pequena produção experimental, de descobrir o quão difícil é encontrar lúpulo sem indicação e perceber a risadinha camuflada de todo mundo que sacava que tentaríamos produzir cerveja, fosse pela procura pelos clássicos ingredientes ou pelas caras de sedentos dos dois aspirantes a cervejeiro, acabamos encontrando um problema que realmente nos desestimulou a continuar: o bolor.
O processo de malteação da cevada consiste em manter os grãos úmidos e aquecidos até que eles comecem a brotar. Sem experiência alguma e sem tempo suficiente para acompanhar todo o processo nos deparamos de um dia para o outro com uma imensa camada de bolor sobre os grãos. Foi o fim. Aquilo foi um golpe, pois apesar de não termos muito tempo para acompanhar nós aproveitávamos o tempo que tínhamos para cuidar daqueles monte de grãos como a um filho. Decidimos deixar aquela idéia de lado por um tempo, até que encontrássemos uma outra receita ou descobríssemos onde tínhamos errado.
Um dia, num bar qualquer, na companhia de alguns amigos e seus amigos me deparei com um rapaz do interior. cujo nome e cidade infelizmente não me recordo, que após uma curta troca de idéias me contou que fabricava cerveja em sua cidade e até vendia uma boa parte de sua produção. Meus olhos brilharam! Cara, ele conseguiu! Desatei a contar a minha experiência fracassada para ver se aquele feliz caipira tinha a solução para meu problema. E ele tinha. A mais óbvia e simples: Comprar o malte pronto. #@$#@#%
Segundo ele, ninguém mais tenta produzir malte. É muito simples de comprar, poupa um enorme trabalho e diminui muito a chance de se frustrar. Numa rápida busca na internet comprovei a que o cara tinha dito, era fácil encontrar malte de cevada, e o pior... o preço era praticamente o mesmo da cevada.
Lembrei-me daquele velho livro e voltei pra casa disposto a acabar de vez com aquelas folhas amareladas. Não o fiz. Não consegui encontrá-lo. Acho que meu irmão já tinha dado um par de bicas naquela fábrica de traças. Tudo bem, eu estava muito feliz com a descoberta do malte pronto mas mesmo assim não obtive o estímulo necessário para uma nova tentativa. Já não sabia onde estavam todas as peças do equipamento que tínhamos comprado e meu irmão, já com menos tempo disponível, também não via como fazer tal tentativa naquele momento.
Idéia guardada novamente.